Proposta Metodológica do Site
A animação Super Plunf foi concebida com o objetivo de estimular os alunos a pesquisar e refletir historicamente sobre diversos aspectos das transformações ocorridas nas formas como nos alimentamos. Nas diversas etapas de desenvolvimento da animação tivemos a preocupação de buscar meios para evidenciar mudanças nas formas de preparo e consumo dos alimentos ao longo do tempo. Com a intenção de tornar perceptíveis estas mudanças, escolhemos três momentos na história das práticas alimentares no ambiente doméstico: uma cozinha composta por materiais e tecnologias que, em boa medida, vêm sendo utilizados pela humanidade desde o período Neolítico; uma cozinha cujos equipamentos são decorrentes da Revolução Industrial; e um ambiente, em parte contemporâneo e em parte ficcional, no qual os espaços especializados para o preparo e consumo dos alimentos tendem a desaparecer.
Os conteúdos do site foram organizados segundo uma proposta de utilização da animação Super Plunf em aula. Na sessão dedicada aos Professores e na sessão dedicada aos Alunos ("Meu Caderno") são apresentados elementos que podem ser observados e comparados em cada um dos três ambientes percorridos pelo Menino do Super Plunf. Parte-se daquilo que é mais concreto e óbvio na animação para posteriormente chegar em questões mais abstratas e que não estão explícitas na animação. O primeiro nível é a caracterização de cada um dos personagens. Um segundo nível de observação é a identificação dos objetos situados em cada ambiente. No terceiro momento a proposta é agrupar objetos que estão em diferentes ambientes mas que possuem as mesmas funções. A percepção dos materiais de que são feitos os objetos de cada um dos ambientes corresponde ao quarto nível. No quinto nivel o objetivo é estudar o sistema tecnológico que estrutura cada um dos ambientes. O sexto passo compreende a percepção de duas dimensões do tempo: o tempo cronológico, correspondendo a linha do tempo na qual podemos sequenciar a invenção de objetos, materiais e tecnologias, e o tempo como experiência, ou seja, a experiência da duração do tempo de preparo e consumo dos alimentos em cada um dos ambientes.
Cada um dos tópicos existentes nas páginas dos professores possui um tópico correspondente nas páginas dos alunos. A sessão dos alunos foi redigida com se fosse um "caderno digital" do Menino do Super Plunf.
Tópicos da Sessão dos Professores:
A LINHA DO TEMPO E A EXPERIÊNCIA DO TEMPO
Tópicos da Sessão dos Alunos:
A LINHA DO TEMPO E A EXPERIÊNCIA DO TEMPO
Alimentação e modos de vida
Alimentar-se é um ato cotidiano, motivado por necessidades biológicas. É natural que sintamos fome e que nos alimentemos com certa regularidade. No entanto, o modo como nos alimentamos, como preparamos os alimentos e as tecnologias envolvidas no processo, não são definidos por imperativos naturais. A prática alimentar está investida de regras, crenças e rituais. Nela se entrecruzam natureza e cultura já que as decisões sobre o que comer e como comer estão sujeitas às transformações históricas, variando de uma sociedade para outra, de um grupo social para outro. O mesmo ocorre com a construção do paladar e dos hábitos alimentares.
Embora as decisões sobre o que comer pareçam individuais, as condições de vida em diferentes épocas e sociedade esbelecem condicionamentos a estas escolhas. Vivemos em uma época em que a produção de alimentos, assim como os fatores envolvidos na formação do nosso paladar e dos nossos hábitos, são fortmente influenciados pelo mercado e pela indústria. Os habitantes das grandes cidades estão cada vez mais distante da origem dos alimentos e do controle do seu preparo. Mesmo os produtores de alimentos estão inseridos em um sistema de produção dependente das empresas que produzem sementes, fetilizantes, agrotóxicos, etc. Se por um lado a indústria alimentícia facilitou o ato de comer, nos liberando de alguns rituais e acelerando o preparo dos alimentos, por outro, transformou a alimentação em uma atividade com impactos ambientais sem precedentes.
Utilizamos o conceito de modos de vida para inserir a prática alimentar em uma dimensão mais ampla, de modo a favorecer a compreensão dos condicionamentos e das possibilidade do presente através de um exercício de confrontação com outros momentos históricos. Desta maneira pretende-se aguçar nos alunos a percepção dos vínculos entre o conhecimento histórico e os atos rotineiros do cotidiano.